Ausência.
Parece que a poesia desaparece no inverno.
A saudade é mão que embala.
Ela não se apaga.
O coração chora fundo
e parece até que se renova.
Onde está a sua dor?
Mergulhada em uma longa espera?
Numa viagem de ida,
repleta de ruas tuas
tento encontrá-lo.
Virei a madrugada
tentando anestesiar a alma.
Sem nenhuma adrenalina,
numa nostalgia fria.
Sobrevida.
Não choveu estrelas.
A noite foi envelhecendo,
e eu fiquei assim,
sendo observada
pelos deuses das dores.
Isso eles fazem com primor.
Vagam sem gestos.
Difícil explicar as variáveis
que não levam a nenhuma conclusão.
Como saudade funciona!
Como a loucura é crua.
Parece que é a noite das bruxas.
Episódios de delírios,
que trazem lágrimas como um rio.
Foi assim que elas rolaram.
Foi assim que a melancólica noite
terminou.
Cecília Fidelli.
- (Publicado no Alternativo Cultural
Reviragita Poesia - Julho 1995). |
Escreví esse poema,
ResponderExcluirnuma crise de saudade,
do meu primeiro namorado.
Chama-se Raul.
Aquelas coisas de encanto perpétuo...
Will Lukazi Parabéns pela poesia, Cecilia!Ausência é bicho bravo e solto, daqueles que nenhum pano vermelho consegue despistar. É certo que nos atinja em cheio sempre embora nem sempre seja mortal o choque.
ResponderExcluir- Meu amigo Will deixou esse comentário no
facebook - Adorei.