Sob o frescor da madrugada, a lua atendeu o meu chamado e veio iluminar o meu quarto, luminosa e sensual.
Eu invejosa em sonhos silenciosos. Resolví sair pela calçada e fui andar pela cidade toda enfeitada de estrelas.
Na noite longa aliada ao rosto sereno do Outono, me sentia pura, nostálgica, mas sem tristezas, dançando ao som do vento calada.
Alguns faróis passavam apressados e iam morrendo. Com o clarão da liberdade em movimento, grafites nos muros e eu apreciando em passos lentos, na suavidade dos pensamentos e das cismas.
Num bar uns beberrões em devaneios. Ah! Suas majestades os boêmios causando, em constante estado de manutenção da alma ao som de um cavaquinho e um violão em festa, num samba envolvente que ecoavam alguma saudade me enriquecendo lembrando alguns amores dispersos.
O sol já ia surgindo no horizonte, apagando as sombras e eu, suspirando, renascendo.
Numa decisão de momento, já meio triste com a despedida, vislumbrei as nuvens mais branquinhas, mais densas, com as bochechas meio azuladas, deixando em mim a poesia, as reticências ...
E ela, a lua lembra? A lua, já pequerrucha, decidiu voltar pra casa apagando a geada da alma.
Cecília Fidelli. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário