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domingo, 28 de abril de 2013

Vasta Madrugada

Sob o frescor da madrugada,
a lua atendeu o meu chamado
e veio iluminar o meu quarto,
luminosa e sensual.

Eu invejosa em sonhos silenciosos.
Resolví sair pela calçada
e fui andar pela cidade
toda enfeitada de estrelas.

Na noite longa
aliada ao rosto sereno do Outono,
me sentia pura,
 nostálgica,
mas sem tristezas,
dançando ao som do vento
 calada.

Alguns faróis passavam apressados
e iam morrendo.
Com o clarão da liberdade em movimento,
grafites nos muros e eu apreciando
em passos lentos,
 na suavidade
dos pensamentos e das cismas.

Num bar uns beberrões em devaneios.
Ah! Suas majestades os boêmios causando,
em constante estado de manutenção da alma
ao som de um cavaquinho
 e um violão em festa,
num samba envolvente
que ecoavam alguma saudade me enriquecendo
lembrando alguns amores dispersos.

O sol já ia surgindo no horizonte,
apagando as sombras e eu,
suspirando,
renascendo.

Numa decisão de momento,
já meio triste com a despedida,
vislumbrei as nuvens mais branquinhas,
mais densas,
com as bochechas meio azuladas,
deixando em mim a poesia,
as reticências ...

E ela,
a lua lembra?
A lua,
 já pequerrucha,
decidiu voltar pra casa
apagando a geada da alma.

Cecília Fidelli.

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