Amanhece o dia,
Barriga vazia...
Café ralo,
Farinha no saco,
Entre as pernas,
Meninos sentados no chão,
Nem um pedaço de pão...
Inocência de criança,
A boquinha toda branca,
Molhada de café fraco,
No estômago...um buraco...
Menino chama a menina,
Estende a mão para brincar,
Na porta do barraco,
Deixa o caneco vazio,
de café fraco pra lá ...
Meio dia lá se vai,
Entre tardes de
de brincadeira,
Pedaço de pau,
Vira bola e pique-bandeira...
Noite adentro,
Lamparina acende a alma,
Meninos deitam no chão,
Madeira sem colchão...
Panela e labareda da lenha,
Meninos cochicham no quintal,
Mamãe e a panela com água,
Aproveita a lágrima, que cai,
É o tempero do sal..Cris Monteiro
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