Política.Grupo de redes culturais expressa insatisfação com os rumos tomados pelo Ministério da Cultura
Movimento envia carta a Dilma
FOTO: MINISTÉRIO DA CULTURA/DIVULGAÇÃO
Insatisfação. Gestão da ministra Ana de Hollanda tem sido criticada por vários grupos culturais
A insatisfação geral é a descontinuidade da política adotada nos oito anos do governo Lula. "Nossa expectativa era de que, conforme o prometido, o MinC aperfeiçoasse e ampliasse políticas bem-sucedidas, resultado de um processo de participação popular muito intenso.
Porém, isso claramente não está acontecendo", diz o poeta e música Makely Ka, um dos representantes do grupo, que integra o Movimento de Cultura Livre, Pontos de Cultura, cooperativas, associações, entre outros.
Segundo Makely, um forte exemplo de ruptura é a consulta pública do anteprojeto que propõe alterações à Lei do Direito Autoral. "O MinC abriu para consulta apenas sete pontos específicos do projeto, o que revela desrespeito e retrocesso ao processo democrático", afirma.
Aberta na última segunda pela Diretoria de Direitos Intelectuais do Ministério, a consulta ficará disponível no site do MinC até o próximo sábado. Os interessados poderão expor sua opinião por e-mail. "A última consulta pública sobre o tema, na gestão anterior, ficou aberta 75 dias e recebeu 7.863 contribuições na página do próprio site", compara Makely.
Para a diretora-executiva do Instituto Overmundo, Oona Castro, as novas políticas restringem à classe artística e fortalecem modelos antigos de negócios. "A cultura não é mais criada apenas em estúdios ou ateliês. O cenário cultural digital é complexo e fabricado no dia a dia", analisa.
Com a carta, o movimento Mobiliza Cultura pretende abrir um canal de comunicação com a presidente Dilma para debater a orientação das políticas culturais do governo. "Já tentamos expor nossa insatisfação com representantes do MinC, mas há muitas divergências políticas, o que dificulta o diálogo", afirma Onna.
- O Tempo -
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