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sábado, 2 de julho de 2011

Ausência


Ausência.

Parece que a poesia

desaparece no inverno.
A saudade é mão que embala.
Ela não se apaga.
O coração chora fundo
e parece até que se renova.
Onde está a sua dor?
Mergulhada em uma longa espera?
Numa viagem de ida,
repleta de ruas tuas
tento encontrá-lo.
Virei a madrugada
tentando anestesiar a alma.
Sem nenhuma adrenalina,
numa nostalgia fria.
Sobrevida.
Não choveu estrelas.
A noite foi envelhecendo,
e eu fiquei assim,
sendo observada
pelos deuses das dores.
Isso eles fazem com primor.
Vagam sem gestos.
Difícil explicar as variáveis
que não levam

a nenhuma conclusão.
Como saudade funciona!
Como a loucura é crua.
Parece que é a noite das bruxas.
Episódios de delírios,
que trazem lágrimas como um rio.
Foi assim que elas rolaram.
Foi assim

que a melancólica noite
terminou.

Cecília Fidelli.

- (Publicado no Alternativo Cultural
Reviragita Poesia - Julho 1995).

2 comentários:

  1. Escreví esse poema,
    numa crise de saudade,
    do meu primeiro namorado.
    Chama-se Raul.
    Aquelas coisas de encanto perpétuo...

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  2. Will Lukazi Parabéns pela poesia, Cecilia!Ausência é bicho bravo e solto, daqueles que nenhum pano vermelho consegue despistar. É certo que nos atinja em cheio sempre embora nem sempre seja mortal o choque.

    - Meu amigo Will deixou esse comentário no
    facebook - Adorei.

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