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sábado, 28 de abril de 2012

Tabaco, tabaco, tabaco...


A ferro e fogo,
 em estado de combustão,
como uma panela
 concentrada e sob pressão.
Um, eu que sei de mim lunático
procurando loucas táticas.
Uma cigarra cantando coisas,
lidando com justificativas
 em palavras intranquilas,
extremadas.
Devorando um cigarro,
esfumaçando o ambiente,
transformando meu quarto
 em porão,
a pretexto de um prazer,
sem noção.
Me suporto,
impaciente, complicada,
diante do absurdo surdo,
como eu jamais imaginava,
enfurecida com esse cheiro,
repensando o recinto e o ato,
mas desconsiderando a fumaça.
Um cigarro, dez cigarros,
trinta cigarros morrendo em mim
e me matando assim.
Ao mesmo tempo,
conscientemente,
procuro um motivo,
um meio de curar o vício.
Tragando sem parar,
fragilizada,
roxa de raiva,
pensando em parar de fumar,
pela milésima vez.

Cecília Fidelli.

2 comentários:

  1. Imagem extraída de:
    http://exame.abril.com.br/economia/brasil/saude/noticias/macos-de-cigarros-terao-numero-do-disque-saude-atualizado

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  2. O melhor mesmo,
    teria sido,
    nunca ter começado.
    Infelizmente, esse vício,
    acredito,
    que como qualquer outro vício,
    não é coisa de momento.
    Isso de que quando eu quiser,
    eu paro,
    é uma ilusão.

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