A ferro e fogo,
em estado de combustão,
como uma panela
concentrada e sob pressão.
Um, eu que sei de mim lunático
procurando loucas táticas.
Uma cigarra cantando coisas,
lidando com justificativas
em palavras intranquilas,
extremadas.
Devorando um cigarro,
esfumaçando o ambiente,
transformando meu quarto
em porão,
a pretexto de um prazer,
sem noção.
Me suporto,
impaciente, complicada,
diante do absurdo surdo,
como eu jamais imaginava,
enfurecida com esse cheiro,
repensando o recinto e o ato,
mas desconsiderando a fumaça.
Um cigarro, dez cigarros,
trinta cigarros morrendo em mim
e me matando assim.
Ao mesmo tempo,
conscientemente,
procuro um motivo,
um meio de curar o vício.
Tragando sem parar,
fragilizada,
roxa de raiva,
pensando em parar de fumar,
pela milésima vez.
Cecília Fidelli. |
Imagem extraída de:
ResponderExcluirhttp://exame.abril.com.br/economia/brasil/saude/noticias/macos-de-cigarros-terao-numero-do-disque-saude-atualizado
O melhor mesmo,
ResponderExcluirteria sido,
nunca ter começado.
Infelizmente, esse vício,
acredito,
que como qualquer outro vício,
não é coisa de momento.
Isso de que quando eu quiser,
eu paro,
é uma ilusão.